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A Possibilidade de Mudança

Atualizado: 2 de mar. de 2022


Feldenkrais argumentava que o comportamento humano se baseia firmemente na auto-imagem que cada um de nós cria para si mesmo. Essa auto-imagem está mapeada no nosso sistema nervoso e é composta por formas e relações de partes do nosso corpo, bem como dos movimentos, das emoções e dos pensamentos que lhes estão associados.


Ele escreveu no seu primeiro livro: “Na realidade, a nossa auto-imagem nunca é estática. Ela muda de ação para ação, mas essas mudanças gradualmente tornam-se hábitos; ou seja, as ações assumem um caráter fixo e imutável. ”


À medida que nos tornamos adultos tendemos a fixar a nossa auto-imagem. Na infância essa imagem é bastante dinâmica e muda frequentemente mas, na verdade, a forma como somos educados para atender às exigências da sociedade, treina-nos a usar apenas uma pequena parte de nossas capacidades. A nossa auto-imagem é assim menor do que nossa capacidade potencial, porque é construída apenas daquelas partes de nós que realmente usamos.


Numa relação mútua, os nossos padrões musculares refletem os nossos mapas cerebrais. Mapas esses, criados por hábitos formados desde cedo na vida, e quanto mais cedo eles foram formados, mais difícil é mudá-los. Assim, passamos a vida a reagir ao ambiente à nossa volta e às situações externas com padrões pré-construídos e habituais. Enquanto alguns desses padrões são realmente úteis para o nosso funcionamento no dia-à-dia, outros tantos são prejudiciais, pois resultam de necessidades orgânicas que foram reprimidas, inibindo aspectos do nosso desenvolvimento. Muitas vezes, ficando limitados e com muito pouca escolha para respondermos às situações, porque não temos outros padrões disponíveis. Muitas vezes até, damos por nós a fazer, compulsivamente, o oposto daquilo que pretendíamos fazer.


Porém, as boas notícias da ciência mais atual, confirmam-nos que mudança e transformação são possíveis ao longo da vida porque, ao contrário daquilo que era comum acreditar-se, as nossas conexões cerebrais não são fixas rigidamente mas são maleáveis - e com as condições adequadas, são também capazes de regeneração, tal como outras partes do nosso corpo!


O nosso trabalho aqui, é o de completar e clarificar a nossa auto-imagem, prestando atenção às diferentes partes de nós mesmos e de como elas se relacionam umas com as outras. Isto pode trazer-nos auto-conhecimento, crescimento e mudança. Gradualmente, assumindo o comando da nossa evolução individual e, em última instância, da nossa evolução coletiva.



Obrigada pela tua atenção. Espero encontrar-te na próxima aula.


Calorosamente,


Sofia


Referências bibliográficas:

FELDENKRAIS, Moshe,“Awareness Through Movement”, 1972, 1977.

“Embodied Wisdom” - The Collected Papers of Moshe Feldenkrais, Edited by Elizabeth Beringer, 2010.



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